De 1760 a 1830, a Revolução Industrial esteve limitada à Inglaterra, mas a produção de equipamentos industriais, levou a expansão do capitalismo. Logo o mercado interno se tornou restrito para a produção industrial, não sendo possível conter os interesses dos fabricantes. Além disso, as nações passaram a identificar o poderio de um país com seu desenvolvimento industrial. E o processo se difundiu pela Europa, Ásia e América.
A tecnologia industrial avançou, a população cresceu, os movimentos imigratórios se intensificaram. No fim do século XIX, sobreveio a primeira Grande Depressão (1873 – 1896), que fortaleceu as grandes empresas através da centralização e concentração do capital. Iniciou-se aí nova fase do capitalismo, a fase monopolista ou financeira, que se desdobrou na exportação de capitais e no processo de colonização da África e da Ásia.
A Segunda fase da Revolução Industrial.
A expansão do Capitalismo Financeiro e Industrial – Em ritmo vertiginoso, como na Alemanha, ou retardado por razões políticas, como na França, o impacto da Revolução Industrial atingiu várias partes do mundo. Partindo da Inglaterra a industrialização estendeu-se pela Europa (estabelecendo-se na Bélgica, Holanda, França, Alemanha, Itália, Império Austro Húngaro, Suécia e Rússia), em seguida atingiu os Estados |Unidos da América e o Japão (na Ásia).
As mudanças na estrutura da produção industrial foram tão aceleradas a partir de 1870, que se pode falar de uma Segunda Revolução Industrial. E a época em que se usam novas formas de energia: eletricidade, petróleo; de grandes inventos: motor a explosão, telégrafo, corantes sintéticos; e de intensa concentração industrial. A grande diferença em relação à primeira fase da Revolução Industrial era o estreito relacionamento entre ciência e técnica, entre laboratório e fábrica. A aplicação da ciência se impunha pela necessidade de reduzir custos, com vistas à produção em massa. O capitalismo de concorrência foi o grande propulsor dos avanços técnicos.
A concentração de Capital. – A nova fase do capitalismo culminou com a crescente concentração de capital, que levou a formação de mega empresas capitalistas. A crescente concentração de capital eliminou as empresas mais fracas. As fortes tiveram de racionalizar a produção: o capitalismo entrou em nova fase, a fase monopolista. Sua característica é o imperialismo, cujo desdobramento mais visível foi a expansão colonialista do século XIX, O imperialismo, por sua vez, caracteriza-se por:
I – forte concentração dos capitais, criando os monopólios;
II – fusão do capital bancário com o capital industrial;
III – exportação de capitais, que supera a exportação de mercadorias;
IV – surgimento de monopólios internacionais que partilham o mundo entre si.
V – Dominação de áreas coloniais a fim de obter matérias-primas e mão de obra barata, além de mercados consumidores de produtos industriais fabricados pelas grandes empresas monopolistas.
O Neocolonialismo Imperialista.
O Neocolonialismo foi a principal expressão do imperialismo, forma assumida pelo capitalismo a partir da Segunda Revolução Industrial. Na segunda metade do século XIX, países europeus como a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália, eram considerados grandes potências industriais, assim como os eram os Estados Unidos na América. Todos estes países exerceram atitudes imperialistas, pois estavam interessados em formar grandes impérios econômicos, levando suas áreas de influência para outros continentes.
Com o objetivo de aumentarem a margem de lucro das grandes empresas monopolistas, e explorar os mercados internacionais estes países se dirigiram à África, Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos. Não muito diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como desculpa a divulgação do cristianismo; o neocolonialismo do século XIX usou o argumento de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo.
Na verdade, o que os países imperialistas realmente queriam era o reconhecimento industrial internacional, e, para isso, foram em busca de locais onde pudessem encontrar matérias primas e fontes de energia. Os países escolhidos foram colonizados e seus povos desrespeitados. Um exemplo deste desrespeito foi o ponto culminante da dominação neocolonialista, quando países europeus dividiram entre si os territórios africano e asiático, sem sequer levar em conta as diferenças éticas e culturais destes povos.
A Partilha da África e a conferência de Berlim – Entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885 foi realizado o Congresso de Berlim. Neste encontro, os países europeus imperialistas organizaram e estabeleceram regras para a exploração da África. Na divisão territorial que fizeram, a cultura e as diferenças étnicas dos povos africanos não foram respeitadas.
As disputas imperialistas – Devido ao fato de possuírem os mesmo interesses, os colonizadores lutavam entre si para se sobressaírem comercialmente. O governo dos Estados Unidos, que já colonizava a América Latina, ao perceber a importância de Cuba no mercado mundial, invadiu o território, que, até então, era dominado pela Espanha. Após este confronto, as tropas espanholas tiveram que ceder lugar às tropas norte-americanas. Em 1898, as tropas espanholas foram novamente vencidas pelas norte-americanas, e, desta vez, a Espanha teve que ceder as Filipinas aos Estados Unidos.
A Partilha da Ásia – Um outro ponto importante a se estudar sobre o neocolonialismo, é à entrada dos ingleses na China, ocorrida após a derrota dos chineses durante a Guerra do Ópio (1840-1842). Esta guerra foi iniciada pelos ingleses após as autoridades chinesas, que já sabiam do mal causado por esta substância, terem queimado uma embarcação inglesa repleta de ópio. Depois de ser derrotada pelas tropas britânicas, a China, foi obrigada a assinar o Tratado de Nanquim, que favorecia os ingleses em todas as clausulas. A dominação britânica foi marcante por sua crueldade e só teve fim no ano de 1949, ano da revolução comunista na China.
Como conclusão, pode-se afirmar que os colonialistas do século XIX, só se interessavam pelo lucro que eles obtinham através do trabalho que os habitantes das colônias prestavam para eles. Eles não se importavam com as condições de trabalho e tampouco se os nativos iriam ou não sobreviver a esta forma de exploração desumana e capitalista.
A Paz Armada – A expansão imperialista gerou rivalidades e disputas que culminaram com a eclosão da Primeira Grande guerra Mundial de 1914/1918. Assim, o final do século XIX é marcado por uma intensa corrida armamentista, embalada pelo nacionalismo radical (xenófobo) e pela expansão das atividades da indústria bélica, a qual fornecia para as grandes potências uma avançada tecnologia de destruição (para a época). Foi somente no século XX que as colônias conseguiram suas independências, porém herdaram dos europeus uma série de conflitos e países marcados pela exploração, subdesenvolvimento e dificuldades políticas.
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